Andando em Obediencia.
“Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito...” (Gn 12.4)Vivemos uma época que filosoficamente falando é denominada ‘pós-modernidade’, termo difícil de se definir, até mesmo entre os teóricos da Filosofia, haja vista que a própria expressão modernidade, por si só já alude à “qualidade ou condição do que é moderno”. Se moderno significa recente e atual, como seria possível vivermos o pós-moderno – o que
está além do moderno???
Algumas características distinguem a ‘filosofia pós-moderno’ que rege nosso tempo. Entre elas podemos citar: a quebra de paradigmas, a relativização de toda verdade e uma profunda crise existencial que assola os seres humanos. Em outras palavras, não existem modelos nem verdades absolutas, e os seres humanos encontram-se num profundo abismo existencial – não sabem de onde vem, quem são ou para onde vão.
Diante dessa realidade, vale a pena refletir à luz da Palavra de Deus sobre a necessidade de reafirmarmos a validade de modelos e verdades absolutas e de uma razão de existir para a humanidade. Isaías diz-nos que “que todos os seres humanos são como a erva do campo e toda a força deles é como uma flor do mato. A erva seca e as flores caem quando o sopro do SENHOR passa por elas. De fato, o povo é como a erva, a erva seca, a flor cai, mas a palavra do nosso Deus dura para sempre” (Is. 40.6-8 NTLH). De acordo com essa premissa, fica claro para todos nós que existe uma verdade que transcende todas as ditas ‘verdades’ humanas. Essa verdade é a Palavra do nosso Deus que é verdade absoluta e eterna.
A partir desse pressuposto, desejo analisar uma característica que considero imprescindível a todo verdadeiro cristão que deseja ser instrumento de Deus e alcançar nossa geração ‘pós-moderna’ com as boas-novas de salvação em Cristo Jesus. Essa característica é a obediência incondicional à vontade de Deus. Para analisar essa característica, necessitamos eleger um paradigma, um modelo a quem possamos imitar. Um exame cuidadoso das Escrituras apontaria vários exemplos. Temos um capítulo inteiro na Bíblia (Hb 11) dedicado a esses ‘heróis e heroínas da fé’. Todos eles se destacaram por seus grandes feitos (Hb 11.32-34). Diante de tamanha demonstração de confiança em Deus, perguntamos se seria possível eleger alguém que pudesse servir de exemplo para os cristãos do séc. XXI. A resposta é SIM!!!
Nossa análise será feita a partir da vida de Abrão. Ele será nosso referencial. Diante de tantos ‘heróis’ e atos heróicos de homens e mulheres que andaram com Deus no passado, muitos podem estar se perguntando por que escolhi Abrão como nosso modelo. Ao lermos sua biografia não observamos nenhum sinal sobrenatural que tivesse ocorrido por meio dele. Abrão não fechou a boca de leões, não orou para que o sol se detivesse, não orou para que o mar vermelho se abrisse, não pediu fogo do céu, não foi lançado na fornalha de fogo ardente e saiu sem se queimar, enfim não realizou nenhum prodígio extraordinário. Seu único ato de valor foi estar disposto a oferecer seu único filho em holocausto a Deus.
Então, porque Abrão? Escolhi esse patriarca, primeiro por ser ele o pai na fé de todos os que creram no passado, que crêem no presente, e que virão a crer no futuro. Em segundo lugar, porque Abrão apresenta a característica fundamental que distingue o que serve a Deus, do que não o serve: a obediência. Abrão destacou-se como amigo de Deus e pai na fé de todos os crentes, por sua disposição de andar em obediência diante do Senhor.
Nos primeiros registros em que Abrão aparece nas Escrituras, após sua chamada, a resposta do patriarca é imediata “Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito...” (Gn 12.4). Ele estava disposto não somente a confiar em Deus, mas também a obedecê-lo sem reservas. Abrão estava pronto a fazer tudo o que o Senhor lhe dissesse, e a servir de modelo aos seus filhos e descendentes.
Quando Deus decidiu destruir Sodoma e Gomorra, por causa de suas perversões, o Senhor deu o seguinte testemunho acerca desse patriarca: “Ocultarei eu a Abraão o que faço. Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e que nele serão benditas todas as famílias da terra? Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e sua casa depois dele para que obedeçam ao Senhor...” (Gn 18.17-19).
A disposição de obedecer ao Senhor de modo irrestrito é confirmada para sempre quando Abraão decide oferecer o seu filho em sacrifício ao Senhor como lhe foi ordenado (Gn 22.1-10). No momento em que o patriarca estava prestes a imolar seu filho, Deus o impediu de fazê-lo, e mais uma vez deu o seguinte testemunho a seu respeito: “Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste essa ação e não me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei... E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz” (Gn 22.15-18).
A vida de Abraão foi um constante andar em obediência a Deus. E essa sua disposição, influenciou de tal maneira os servos e servas do Senhor que vieram após ele, a ponto de levá-los a fazer sinais e prodígios maravilhosos diante dos homens. Todos os grandes sinais feitos pelos heróis da fé foram demonstrações externas de uma caminhada em obediência a Deus e a sua Palavra, obediência essa que eles aprenderam através do exemplo de seu pai Abraão.
Se nós, como igreja do século XXI, quisermos influenciar positivamente nossa geração, devemos seguir as pisadas do pai Abraão: andarmos em obediência irrestrita a Deus e a sua Palavra. Estamos dispostos a isso? Que Deus nos abençoe.
Pr.Jeová Rodrigues Dos Santos
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